Clube é goleado por 4 a 1 pelo modesto Puerto Cabello e chega a sete jogos sem vencer; crise envolve gestão de Pedrinho, comando interino de Felipe e postura inexplicável dos jogadores

08/05/2025 03h00 — Atualizado há 3 horas


O Vasco escreveu nesta quarta-feira uma das páginas mais vergonhosas de sua história. Dominado do início ao fim pelo modesto Puerto Cabello — quinto colocado na primeira fase do Campeonato Venezuelano —, o time cruz-maltino foi goleado por 4 a 1 em um vexame que expõe erros acumulados e múltiplos culpados, da presidência ao último reserva.


+ Vegetti resume vexame do Vasco: “Vergonha”


A responsabilidade começa no topo. Pedrinho, presidente e principal articulador da montagem do elenco, acumula duas janelas malsucedidas, mantém um grupo repleto de carências e empurra indefinidamente a negociação com Fernando Diniz. Desde a demissão de Fábio Carille, já se passaram 11 dias sem treinador efetivo.

Nesse intervalo, o Vasco empatou com o Operário, perdeu para o Palmeiras e agora sofre uma goleada internacional que mancha sua trajetória na Sul-Americana. Após o jogo, Vegetti foi direto: “Espero que essa vergonha sirva para começarmos a crescer”.

O comando técnico interino segue nas mãos de Felipe, diretor-técnico que ainda não demonstrou capacidade para liderar. A atuação contra o Puerto Cabello foi, disparadamente, a pior do ano — em uma temporada repleta de más apresentações.

Em São Januário, o mesmo adversário ao menos ofereceu mais resistência ao perder por 1 a 0. Já na cidade venezuelana de Valencia, o Vasco se arrastou em campo, desorganizado e apático. Seu único gol saiu de um lance previsível: cruzamento de Lucas Piton e cabeçada de João Victor. Fora isso, o time passou 98 minutos — com acréscimos — sem oferecer qualquer perigo real.


Nem altitude, nem desfalques. Só incompetência.


Diferente de outras eliminações de brasileiros em torneios continentais, não houve fator atenuante. O Vasco não jogou na altitude, não teve pressão da torcida adversária, nem sofreu com expulsões ou desfalques relevantes — à exceção de um zagueiro. Jogadores como Coutinho e Vegetti entraram em campo descansados, poupados no jogo anterior.

A suposta “postura inegociável”, mantra de Pedrinho desde que assumiu o clube, não embarcou no voo para a Venezuela. Em coletiva pós-jogo, Felipe tentou se eximir, colocando toda a culpa nos atletas. Em 13 momentos citou "erros individuais"; em 12, a palavra “atitude”.

Mas o treinador interino também precisa ser cobrado. Sua escalação foi superada desde o primeiro minuto, e mesmo diante do colapso coletivo, nada mudou no intervalo. O resultado: três gols sofridos em 20 minutos na etapa final.


Um time sem alma


A lista de atuações desastrosas é extensa: Hugo Moura, Paulo Henrique, Lucas Piton, Luiz Gustavo, Léo Jardim, Coutinho... Todos comprometeram. Rayan foi o menos pior entre os titulares. Já Nuno Moreira, que entrou no segundo tempo, finalizou três vezes — mais que qualquer outro jogador vascaíno.

Internamente, a Sul-Americana é tratada como prioridade. Mesmo assim, o Vasco se distancia do primeiro lugar no grupo e, se passar, terá de encarar um playoff contra um clube vindo da Libertadores. Agora, a delegação viaja direto para Salvador, onde encara o Vitória no sábado, pelo Brasileirão. O clube soma sete jogos sem vitória.


Um primeiro tempo constrangedor. O segundo, trágico.


Sem Nuno Moreira, Felipe optou por povoar o meio e apostar na posse de bola. Mas o plano falhou. O time errou passes simples, foi dominado e viu Hugo Moura cometer mais um erro capital ao fazer pênalti. Antes disso, Mateus Cocão entregou a bola com um passe de dois metros.

Mesmo sem criar, o Vasco empatou com gol de cabeça de João Victor, aproveitando cruzamento de Piton. Foi para o intervalo no lucro. Mas o segundo tempo foi um desastre completo.

O Puerto Cabello percebeu que bastava pressionar. Em 19 minutos, fez três gols — o mais simbólico, marcado por um jogador de 1,59m de altura, vencendo Lucas Piton pelo alto e Léo Jardim, que hesitou na saída.

O colapso finalizou um roteiro de pesadelo. O Vasco perde feio, sem justificativa plausível, e amplia a crise que já ultrapassa os gramados — atinge a gestão, as decisões técnicas e, principalmente, a identidade de um clube que parece ter se esquecido de sua grandeza.

Assista os melhores momento:



Deixe seu Comentário