Horror puro, emoção crua e uma química que faz tudo valer a pena

📅 Publicado em 4 de maio de 2025
✍️ Por Simon Cardy | Tradução e adaptação: Redação Brumado Notícias

Contém spoilers completos do episódio 4 da 2ª temporada de The Last of Us



“Que diabos está acontecendo em Seattle?”
A pergunta de Dina pode não ser respondida diretamente no episódio 4 da segunda temporada de The Last of Us, mas o episódio mais impactante até agora revela bem os horrores que se escondem por lá. Com uma direção elegante e momentos de partir o coração, “Segredos” é um espetáculo brutal e tocante.



Um novo vilão e velhas feridas


O episódio começa com um retrato explosivo do líder da WLF, Isaac – vivido de forma hipnotizante por Jeffrey Wright, que retorna ao papel do game The Last of Us Parte II. A cena inicial mostra sua brutal virada contra a FEDRA, num ato frio e sem remorso. Onze anos depois, sua crueldade apenas evoluiu.

Na cena de tortura, Isaac domina com palavras afiadas e um comportamento inquietante, quase à la Patrick Bateman. A conversa sobre panelas de luxo vira uma metáfora sobre como o colapso da civilização permitiu que sociopatas subissem ao topo. O mundo acabou – e ele prosperou com isso.



Horror visual em cada esquina de Seattle


Quando Ellie e Dina entram na cidade, encontram uma Seattle devastada: tanques enferrujados, corpos pelo chão e o símbolo do caos em um antigo estúdio de TV. Lá, cinco soldados da WLF aparecem enforcados e eviscerados — um visual chocante, digno das piores cenas de Hannibal.

A carnificina deixa claro: os Serafitas também sabem derramar sangue. Não há mocinhos nessa guerra. Os verdadeiros monstros ainda são os humanos.



O terror se esconde no subterrâneo


Como em todo bom terror, descer para o subsolo nunca é uma boa ideia. O clímax de tensão chega com um ataque repentino de infectados. Um vagão de trem cheio de cadáveres vira armadilha mortal, onde o som de clickers faz o coração parar.

Bella Ramsey (Ellie) e Isabela Merced (Dina) brilham nos momentos mais intensos, mas a tensão real está nos detalhes — como Dina procurando remédios em gavetas, cena que arrepia qualquer jogador que já viveu isso no controle.



O amor em meio ao caos


Mesmo com toda a violência, são os momentos sutis que tocam mais fundo. Ellie canta “Take On Me” para Dina — referência direta ao game — e o momento, cercado por luz suave e folhas balançando, é pura poesia visual. O romance entre as duas floresce com força, mesmo em solo infértil.

Mais à frente, Ellie se arrisca para salvar Dina, sendo mordida no lugar dela. É o segundo momento em que Dina olha para Ellie com lágrimas nos olhos — desta vez, não só de amor, mas de medo de perdê-la. A cena final, com ambas revelando seus segredos e se entregando de vez uma à outra, é o tipo de emoção crua que só The Last of Us sabe entregar.



Final simbólico e inesquecível


A última cena, embalada pela trilha emocional de Gustavo Santaolalla, ecoa o final da 1ª temporada. Mas, onde antes havia apenas um “OK”, agora temos “juntas”. Não são mais dois destinos separados — Ellie e Dina estão unidas, prontas para enfrentar o que vier.



Veredito


🔥 Nota: 9.5/10

O episódio 4 é um espetáculo de horror elegante, profundidade emocional e desenvolvimento de personagens. Isaac finalmente recebe o destaque merecido, enquanto Ellie e Dina enfrentam o inferno juntas — e saem mais fortes. Uma obra-prima da série até agora.



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