A Reforma Tributária já é uma realidade no Brasil. A Lei Complementar nº 214/2025 trouxe mudanças estruturais no modelo de tributação do país, instituindo dois novos tributos: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Eles substituirão o ICMS e a Cofins, alterando significativamente a forma como os impostos são cobrados. Mas qual será o impacto disso no seu bolso? A resposta pode não ser muito animadora, especialmente quando falamos dos preços dos alimentos.


Como os Novos Impostos Afetam os Alimentos?


Atualmente, diversos estados oferecem isenção ou alíquotas reduzidas de ICMS e Cofins para alimentos essenciais como arroz, feijão, leite e carne. No entanto, com a chegada do IBS e da CBS, essas isenções podem desaparecer ou ser reduzidas, o que pode resultar no aumento dos preços.

O especialista em Direito Tributário, Caio Bartine, explica que mesmo com alíquotas reduzidas previstas na nova lei, alguns produtos da cesta básica sofrerão reajustes. "Os estados que antes concediam isenção total agora podem ser obrigados a aplicar uma alíquota, ainda que reduzida. Isso significa que o preço final do arroz e do feijão, por exemplo, pode aumentar", afirma.


Famílias de Baixa Renda Serão as Mais Afetadas


O impacto será maior para as famílias de baixa renda, que destinam boa parte do orçamento para alimentação. Bartine alerta que o regime de cashback, que prevê a devolução de parte dos impostos para as camadas mais vulneráveis, pode demorar para ser implementado e pode não ser suficiente para compensar o aumento de preços.

"O cashback tributário é uma solução parcial. Ele não reduz o preço dos produtos, apenas devolve parte do imposto pago, o que pode não ser suficiente diante de um aumento generalizado", destaca.


Outros Impactos da Reforma Tributária


A transição para o novo sistema também deve gerar custos administrativos para as empresas, que podem ser repassados para os consumidores. Bartine pontua que a reforma trará consequências tanto no curto quanto no longo prazo:

  • Curto prazo: aumento da inflação e do custo de vida, especialmente no setor de alimentos e serviços.

  • Longo prazo: maior eficiência econômica, redução dos custos administrativos para as empresas e aumento da arrecadação do governo.

A boa notícia é que a reforma também pode diminuir a chamada "guerra fiscal" entre os estados, criando um ambiente mais equilibrado para investimentos. Porém, até que isso aconteça, a população pode sentir um peso maior no bolso.


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