O ex-ministro e general da reserva Walter Braga Netto foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado (14), sob acusação de envolvimento na elaboração de um suposto plano de golpe de Estado. A ação faz parte da operação que mira um grupo investigado por tentar manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.


O contexto da prisão


A Polícia Federal aguardou o retorno de Braga Netto ao Rio de Janeiro na última sexta-feira (13), após uma viagem, para efetuar a prisão, evitando exposição desnecessária. Além de Braga Netto, a operação também incluiu buscas contra Flávio Peregrino, coronel da reserva e auxiliar do general durante o governo Bolsonaro.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), a prisão foi determinada como medida para evitar interferências na investigação. A PGR afirma que há provas suficientes “de autoria e materialidade dos crimes graves cometidos” e que a prisão preventiva é essencial para garantir a ordem pública e a continuidade das investigações.


O papel de Mauro Cid na investigação


Um ponto-chave para a operação foi a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Em depoimento à PF, Cid afirmou que Braga Netto teria tentado obter informações sigilosas sobre sua colaboração premiada, inclusive contatando seu pai para confirmar os detalhes revelados.

Cid afirmou em depoimento:

“Não só ele como outros intermediários tentaram saber o que eu tinha falado.”

Essa tentativa de interferir nas investigações foi vista pela PF como uma ação dolosa de obstrução da Justiça.


Dinheiro e ameaças


Outro ponto levantado na delação de Mauro Cid foi a entrega de dinheiro em uma sacola de vinho por Braga Netto ao então major Rafael de Oliveira, com o objetivo de financiar um suposto plano para atentar contra o ministro Alexandre de Moraes (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

O dinheiro teria sido obtido com apoio do “pessoal do agronegócio”, segundo o depoimento de Cid. O major Rafael foi preso em novembro durante a Operação Contragolpe, deflagrada pela PF.


Prisão e desdobramentos


Braga Netto permanecerá detido no Comando da 1ª Divisão do Exército, unidade que ele mesmo já comandou entre 2016 e 2019, quando foi Comandante Militar do Leste. Em nota, o Exército afirmou estar acompanhando as diligências e colaborando com as investigações.


Conclusão


A prisão de Braga Netto representa mais um capítulo nas investigações que buscam esclarecer o suposto plano de golpe. Com o avanço das operações, as próximas etapas devem aprofundar a análise das provas e dos depoimentos que envolvem militares, ex-aliados do governo anterior e o financiamento por setores privados.



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Mote: “Não damos opinião; apenas formamos opinião.”

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