A saúde cardiovascular tem se tornado um tópico de grande relevância, especialmente em face dos dados preocupantes sobre doenças cardíacas na Bahia. Entre janeiro de 2019 e junho de 2024, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou 48.440 internações devido a infartos agudos do miocárdio. Durante o mesmo período, o número de mortes alcançou 31.398. Esses números sublinham a importância de um diagnóstico precoce e preciso para a prevenção e tratamento das doenças cardíacas.
Uma ferramenta essencial nesse processo é o ecocardiograma, um exame ultrassonográfico que permite uma análise detalhada do coração. A médica cardiologista Kátia Martins, do Sabin Diagnóstico e Saúde, explica que o ecocardiograma avalia o tamanho do coração, a força com que ele bate, o funcionamento das valvas e outras informações cruciais. “Esse exame oferece uma análise em tempo real, com resultados imediatos para o médico assistente”, destaca a especialista.
O ecocardiograma é recomendado tanto para situações de suspeita de doenças cardíacas quanto para a prevenção primária em indivíduos com fatores de risco, como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e histórico de infarto precoce na família. É também indicado para pacientes que estão em tratamento com quimioterapia ou radioterapia, ou que apresentam doenças sistêmicas que podem afetar o coração.
Entre as condições que podem ser diagnosticadas pelo ecocardiograma estão doenças valvares, miocardiopatias, hipertrofias do músculo cardíaco, doenças congênitas, cicatrizes de infarto, aneurismas, trombos e tumores cardíacos, alguns dos quais podem ser assintomáticos ou não apresentar sinais clínicos evidentes.
Existem várias modalidades do ecocardiograma, incluindo o ecocardiograma transtorácico, o ecocardiograma transesofágico e o ecocardiograma sob estresse. O ecocardiograma transtorácico é o mais comum e é realizado de forma não invasiva, com o aparelho de ultrassom colocado em contato com o tórax do paciente. Já o ecocardiograma transesofágico é feito com uma sonda introduzida pelo esôfago para uma visão mais detalhada do coração, geralmente com sedação leve. O ecocardiograma sob estresse, por sua vez, avalia o coração sob condições de esforço físico ou medicação que acelera o ritmo cardíaco, ajudando a identificar obstruções em artérias coronárias.
Para a realização do exame, a preparação varia conforme o tipo de ecocardiograma. O transtorácico não exige jejum, enquanto o transesofágico requer jejum. O ecocardiograma sob estresse pode demandar mudanças na dieta ou suspensão de medicações específicas.
A detecção precoce de condições cardíacas é um dos principais benefícios do ecocardiograma. Muitas doenças cardíacas, como a insuficiência cardíaca em estágios iniciais, podem ser silenciosas, e o ecocardiograma é crucial para identificar essas condições antes que se tornem graves. Problemas congênitos e doenças valvares também podem ser diagnosticados mesmo na ausência de sinais iniciais.
A realização de um ecocardiograma deve ser precedida por uma avaliação médica detalhada. O acompanhamento regular da saúde cardiovascular é essencial, especialmente para aqueles com histórico de doenças cardíacas. Como a Dra. Kátia Martins conclui, “Detecção precoce, tratamento precoce.”
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