O debate à Prefeitura de São Paulo, realizado na quarta-feira, 14 de agosto de 2024, tornou-se palco de intensas trocas de ofensas entre os candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB). O evento, organizado pelo jornal "O Estado de S.Paulo", Faap e Terra, reuniu seis candidatos, mas foram as interações entre Boulos e Marçal que dominaram os holofotes.
O clima esquentou cerca de quarenta minutos após o início do debate, quando os candidatos foram convocados a responder perguntas dos jornalistas e a se confrontarem diretamente. Guilherme Boulos iniciou sua fala questionando a presença de Marçal no debate, relembrando uma promessa anterior do adversário de abandonar a corrida eleitoral caso fossem provadas condenações contra ele. Como evidência, Boulos compartilhou nas redes sociais um documento que comprova uma condenação de Marçal na Justiça Federal por furto qualificado.
Ao ser questionado sobre os Centros Educacionais Unificados (CEUs), criados pela vice de Boulos, Marta Suplicy, Marçal evitou o tema e optou por atacar pessoalmente o adversário, chamando-o de "escória da esquerda". Em resposta, Boulos o acusou de ser um "mentiroso compulsivo" e de estar na corrida eleitoral apenas para "tumultuar" o processo.
A troca de ofensas continuou quando Marçal, em um gesto inusitado, sacou uma carteira de trabalho e afirmou que iria "exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho", insinuando que Boulos "nunca trabalhou" e o rotulando como "um grande vagabundo dessa nação". Boulos, por sua vez, enumerou sua trajetória profissional, destacando sua experiência como professor.
Em um desdobramento ainda mais tenso, Marçal insinuou que Boulos era usuário de drogas, chamando-o de "maior aspirador de pó da cidade de São Paulo". Essa acusação foi rapidamente condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que ordenou a remoção de vídeos e postagens nas redes sociais onde Marçal fazia essas insinuações, classificadas como difamatórias e sem relevância político-eleitoral.
O debate foi marcado por essas trocas agressivas, desviando o foco das questões políticas e administrativas importantes para a cidade de São Paulo. O episódio refletiu a polarização e a tensão presentes na atual campanha eleitoral, deixando os eleitores com mais dúvidas do que respostas sobre as propostas de governo dos candidatos.
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