A música sertaneja, um dos gêneros musicais mais populares e queridos do Brasil, está prestes a celebrar um marco histórico: seus 100 anos de existência. Mas como tudo começou nessa jornada musical tão emblemática?

Em 1924, nasceu um dos primeiros registros do que viria a ser conhecido como música sertaneja: "A Turma Caipira de Cornélio Pires". Liderada pelo poeta e violeiro Cornélio Pires, esse grupo foi pioneiro em unir elementos como teatro, viola e catira, dando os primeiros passos para a consolidação desse gênero tão singular.

No entanto, a contagem precisa dos anos é desafiadora, pois a música sertaneja é um mosaico de influências ao longo do tempo. O marco histórico é muitas vezes associado à gravação, em 1929, da primeira moda de viola do Brasil pela "Turma Caipira de Cornélio Pires". A canção "Jorginho do Sertão" ecoou por gerações, sendo regravada por diversos artistas renomados.

A década de 1930 viu o surgimento de novas duplas e grupos, com destaque para Alvarenga e Ranchinho, conhecidos por suas letras humorísticas e críticas políticas. "Liga dos Bichos" foi uma das canções que causou controvérsia ao comparar animais com figuras políticas da época, resultando até mesmo em prisões.

A linha do tempo da música sertaneja se estende ao longo das décadas seguintes, cada período marcado por suas próprias características distintivas:

Década de 1940: Os primeiros grandes nomes surgem, como Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco, Carrerinho e Cascatinha e Inhana, esta última uma quebra de preconceitos como mulher negra em um cenário predominantemente masculino e tradicional.

Década de 1950: O sertanejo raiz emerge, trazendo influências da música folclórica e destacando artistas como As Galvão, Inezita Barroso, Zé do Rancho e Tião Carreiro.

Década de 1970: A era dos circos, com Milionário e José Rico se destacando como uma das maiores vozes do gênero, enfrentando a instabilidade das apresentações circenses.

Década de 1980: A época de ouro, marcada pelo surgimento de Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, e outros, levando o sertanejo a um novo patamar artístico e comercial.

Anos 2000: O sertanejo universitário domina as paradas, com artistas como Jorge e Mateus, João Bosco e Vinícius, César Menotti e Fabiano, Fernando e Sorocaba, e o fenômeno Luan Santana, que trouxe uma nova energia ao gênero.

Anos 2010: O surgimento do "feminejo" e a urbanização do gênero, com artistas como Marília Mendonça, Maiara e Maraisa, Paula Fernandes e outros, solidificando ainda mais a presença feminina e modernizando a música sertaneja.

Vitória Graciotti, renomada jornalista especializada em música sertaneja, tem sido uma voz fundamental nessa narrativa, compartilhando histórias, notícias e curiosidades sobre esse universo musical tão rico e diversificado.

Neste centenário da música sertaneja, é uma oportunidade não apenas de celebrar o passado, mas também de olhar para o futuro, reconhecendo a sua influência duradoura na cultura brasileira e sua capacidade de se reinventar ao longo do tempo.

Com uma história tão rica e uma diversidade de talentos, a música sertaneja continua a ser uma parte vital do cenário musical brasileiro, conquistando corações e contando histórias por todo o país. Que venham mais 100 anos de sucesso e emoção!

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