A venda do álcool líquido 70% está prestes a ser proibida no Brasil, gerando impactos significativos para consumidores e comerciantes. A medida, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entrará em vigor a partir do dia 30 deste mês, encerrando a comercialização do produto em farmácias e supermercados para consumidores comuns.
Durante uma investigação em supermercados de Belo Horizonte nesta segunda-feira (22), foi constatada a presença do produto em diferentes estabelecimentos. No entanto, em alguns casos, os estoques já estão esgotados, indicando o esgotamento gradual do produto nas prateleiras.
A proibição iminente está deixando consumidores como a diarista Catarina Monteiro preocupados com a mudança em suas rotinas de limpeza. Catarina, que utiliza regularmente o álcool 70% para limpar superfícies como vidros e espelhos, destaca sua eficácia em comparação com produtos industrializados. A proibição do produto significa que ela terá que encontrar alternativas, enfrentando desafios na manutenção da limpeza.
No entanto, especialistas alertam para os perigos das misturas caseiras, que podem representar riscos à saúde devido à inflamabilidade e aos vapores tóxicos. Lizandra Moraes, assessora técnica de regulação e sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, enfatiza a importância de utilizar produtos específicos para cada finalidade de limpeza, evitando assim o risco de acidentes.
O uso do álcool 70% também é comum em atividades como acender churrasqueiras, como relata o pedreiro Cláudio Martins. No entanto, a Anvisa alerta para os perigos associados ao uso do álcool em situações de ignição, que podem resultar em queimaduras graves. Este risco é especialmente preocupante, considerando que o Ministério da Saúde registra aproximadamente 150 mil internações por ano relacionadas a queimaduras.
A proibição da venda do álcool líquido 70% não é uma novidade, existindo há mais de duas décadas. No entanto, foi temporariamente suspensa durante a pandemia de Covid-19 para auxiliar nas medidas de prevenção contra o vírus. Agora, com seu retorno iminente, surgem preocupações quanto ao aumento dos preços, uma vez que o produto será disponibilizado apenas em lojas que fornecem itens hospitalares, conforme a Associação Brasileira de Supermercados.
Em suma, o fim da venda do álcool líquido 70% representa uma mudança significativa nas práticas de limpeza e segurança dos consumidores, exigindo adaptações e cuidados adicionais para garantir a eficácia e a segurança nas atividades cotidianas.