Asfalto chega, mas dúvidas permanecem
A pavimentação em diversos pontos de Brumado tem chamado a atenção e recebido elogios pela melhoria visual e pela valorização das ruas. No entanto, junto ao avanço das obras, cresce também um questionamento recorrente entre moradores: o que vai acontecer quando a chuva chegar e os encanamentos estourarem?
O tema ganhou força nas redes sociais e nas conversas de bairro, com moradores destacando que, apesar do benefício do asfalto, o saneamento básico em vários trechos ainda apresenta falhas importantes.
Risco de rompimentos preocupa moradores
A preocupação é antiga: sempre que ocorre um rompimento de cano da Embasa ou um vazamento de esgoto, a solução passa pela quebra do asfalto recém-aplicado. E o temor é exatamente esse: o retrabalho pode comprometer a qualidade das vias, levando a remendos irregulares e trechos desnivelados.
“Fica tudo bonito agora, mas quando estourar um cano, volta a quebradeira. Quem garante que vão consertar direito?”, comentou um morador do centro da cidade.
Outra moradora reforçou o alerta:
“O asfalto é importante, claro. Mas sem resolver primeiro o saneamento, não adianta. Depois eles vêm, quebram tudo e deixam pior.”
Retrabalhos deixam bairros danificados
O problema não é novo. Em algumas áreas da cidade, moradores relatam que os reparos feitos após rompimentos de tubulação nunca devolvem a rua ao estado original. Há casos em que o conserto é feito com paralelepípedos sobre o asfalto — o que deixa a via desnivelada e visualmente comprometida.
“Já aconteceu aqui na minha rua. O asfalto era novo, estourou um cano, abriram um buraco e depois colocaram pedra em cima. Ficou horrível”, afirmou outro morador, que enviou fotos mostrando o desnível no pavimento.
Moradores pedem mais planejamento
Para muitos, a solução seria adotar um planejamento reverso: primeiro modernizar ou trocar encanações e redes de esgoto, e só então aplicar o asfalto. Essa ordem evitaria prejuízos, reduziria custos e garantiria durabilidade às vias.
“Fica parecendo desperdício de dinheiro público. Faz o asfalto, quebra, conserta, remenda… e no fim ninguém fica satisfeito. Era melhor resolver o saneamento antes”, opinou uma comerciante.
Impacto direto na rotina da cidade
Na prática, a preocupação faz sentido: ruas mal reparadas afetam diretamente o trânsito, danificam veículos, reduzem a acessibilidade e prejudicam a estética urbana. Além disso, rompimentos frequentes aumentam custos para empresas prestadoras de serviço e para a própria prefeitura.
O debate reforça uma cobrança antiga da população: mais integração entre obras de infraestrutura, pavimentação e saneamento, evitando que um serviço acabe prejudicando o outro.
A chegada do asfalto traz avanços visíveis e importantes para a cidade, mas a discussão aberta pelos moradores deixa um recado claro: a qualidade do serviço também depende de planejamento e manutenção eficientes. Em uma cidade que segue crescendo, ouvir a comunidade é essencial para garantir obras duradouras e ruas realmente recuperadas.
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