A Semana de Ação Simultânea do Ministério Público da Bahia (MPBA) revelou um cenário preocupante na prestação de serviços de saúde e educação em diversas cidades do estado. O levantamento, realizado entre os dias 18 e 22 de agosto, fiscalizou 900 escolas em 166 municípios e 22 unidades de saúde, expondo problemas que afetam diretamente estudantes e usuários do SUS.
Educação: falhas estruturais e de inclusão
As inspeções apontaram deficiências graves na merenda escolar e na infraestrutura. Entre os dados mais preocupantes:
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60% das cozinhas não têm telas de proteção contra insetos;
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34% não realizam dedetização regularmente;
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20% armazenam alimentos de forma inadequada.
No campo da inclusão, os números também chamam a atenção:
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86% das escolas não possuem piso tátil;
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73% não oferecem tecnologia assistiva;
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47% não têm rotas acessíveis de saída de emergência;
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apenas 61% elaboram planos individuais para alunos com deficiência.
Quanto à infraestrutura:
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só 28% das escolas têm biblioteca;
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apenas 9% possuem sala de informática com internet funcionando;
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32% das salas não contam com ventiladores suficientes.
Além disso, 72% dos professores não são concursados e 41% das escolas não registram a evasão escolar.
Saneamento e segurança escolar
A fiscalização mostrou ainda problemas graves de saneamento:
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65% das escolas não realizaram teste de potabilidade da água nos últimos seis meses;
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48% não estão ligadas à rede de esgoto;
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52% possuem sistema de gás inadequado;
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78% não contam com sinalização adequada de saída de emergência.
Saúde: falta de insumos e profissionais
Nas unidades de saúde vistoriadas em Salvador e cidades do interior, foram encontradas falhas que comprometem o atendimento básico:
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falta de vacinas, curativos, gaze e lixeiras adequadas;
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salas de esterilização sem climatização e laboratórios com mofo;
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ausência de prontuário eletrônico;
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déficit de enfermeiros e farmacêuticos;
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desabastecimento de medicamentos da atenção primária, especialmente na capital.
Conclusão
O MPBA classificou o quadro como “estruturalmente preocupante”, ressaltando que as falhas expõem carências históricas da gestão pública municipal e estadual. O órgão defendeu a necessidade de investimentos urgentes, fiscalização contínua e políticas públicas efetivas, para evitar a perpetuação de desigualdades na saúde e na educação da Bahia.
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