Justiça, dor e comoção marcaram o julgamento em Guanambi, no sudoeste da Bahia. Lourdes Moreira Dias não resistiu à emoção ao reviver o crime brutal contra seu filho.

Guanambi (BA) – O que era para ser o desfecho de uma longa espera por justiça acabou em tragédia e profunda comoção no Fórum Ministro Hermes Lima, na tarde desta terça-feira (29). Lourdes Moreira Dias, de 59 anos, mãe de Fabiano Moreira Dias — morto a tiros em 2014 — sofreu um infarto fulminante enquanto acompanhava o julgamento do acusado pelo crime, encerrando sua luta por justiça de forma dolorosa e inesperada.

Segundo relatos de testemunhas, Lourdes passou mal logo após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) exibir imagens fortes da cena do crime. Ela estava visivelmente abalada, e pouco tempo depois desmaiou no plenário. O Samu 192 foi acionado imediatamente e realizou manobras de reanimação no local por quase uma hora.

Mãe aguardava justiça há 12 anos e não suportou a dor

O acusado, Gonçalo Oliveira Costa, estava sendo julgado pelo Tribunal do Júri após 12 anos do assassinato de Fabiano, ocorrido na zona rural de Carinhanha, município também localizado no sudoeste baiano.

Lourdes, que era servidora pública aposentada e morava na Agrovila 16, em Carinhanha, acompanhava cada passo do processo com esperança de que a justiça fosse feita. O julgamento era aguardado com grande expectativa por familiares e amigos, mas foi abruptamente interrompido após o incidente.

A vítima foi encaminhada ao Hospital Geral de Guanambi (HGG) após uma nova parada cardíaca, mas infelizmente não resistiu. A morte de Lourdes emocionou todos os presentes, incluindo servidores, autoridades e o próprio corpo jurídico do fórum.

Júri interrompido e clima de consternação

Diante da gravidade da situação, o julgamento foi suspenso, e até o momento a Justiça não informou quando o júri será retomado. A tragédia reacendeu o debate sobre a morosidade da Justiça brasileira e os impactos emocionais de processos longos e traumáticos.

A morte de Lourdes Moreira Dias não apenas interrompeu um julgamento, mas também simboliza o peso que famílias de vítimas carregam por anos à espera de uma resposta do Estado.

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