Caso registrado em gestante de Pernambuco, Bahia teve duas mortes entre maio e junho deste ano

O Ministério da Saúde confirmou, na sexta-feira (2), o primeiro caso de óbito fetal causado por transmissão vertical (da mãe para o bebê) da Febre do Oropouche (FO). Segundo a pasta, o caso foi registrado no estado de Pernambuco. A gestante, de 28 anos de idade, estava na 30ª semana de gestação.

Além desse caso, o Brasil registrou recentemente duas mortes pela doença na Bahia, ocorridas entre maio e junho deste ano. Até então, "não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbitos pela FO", conforme informado pelo Ministério da Saúde.


Detalhes da Confirmação


Para confirmar o óbito fetal, a pasta considerou diversos resultados de exames que descartaram outras hipóteses de diagnóstico. Entre os exames, destacam-se o RT-PCR e o imunohistoquímico, que identificam moléculas produzidas por diversos agentes infecciosos.


Casos em Investigação


O Ministério da Saúde investiga atualmente outros oito casos de transmissão vertical de Oropouche. Desses, quatro estão em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Entre esses casos, quatro evoluíram para óbito fetal e quatro apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

As análises estão sendo conduzidas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com acompanhamento do Ministério da Saúde. Até o momento, foram registrados 7.286 casos de Oropouche em 21 estados do Brasil, conforme dados até o dia 28 de julho de 2024. A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia. Um óbito em Santa Catarina está em investigação.


Aumento da Detecção da Doença


O aumento no número de casos detectados este ano se deve à nova estratégia do Ministério da Saúde, que distribuiu testes diagnósticos para todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) do Brasil. Agora, os Lacen testam para Oropouche em casos negativos para dengue, Zika e chikungunya, uma medida anteriormente restrita apenas aos estados da região Amazônica.


O que é a Febre do Oropouche e Quais seus Sintomas?


A Febre do Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Após picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias e podem transmiti-lo ao picarem outra pessoa saudável.


Ciclos de Transmissão:


  • Ciclo Silvestre: Animais como bichos-preguiça e macacos são os portadores do vírus. Mosquitos como Coquilletti diavenezuelensis e Aedes serratus também podem ser portadores, mas o principal transmissor é o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim.

  • Ciclo Urbano: Humanos são os principais portadores do vírus. O maruim é o vetor principal, e o mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo) também pode ocasionalmente transmitir o vírus.


Sintomas da Doença:


Os sintomas da Febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e chikungunya, incluindo:


  • Dor de cabeça
  • Dor muscular
  • Dor nas articulações
  • Náusea
  • Diarreia


Diagnóstico e Prevenção


O diagnóstico da FO envolve uma avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. A doença é de notificação obrigatória devido ao seu potencial epidêmico e capacidade de mutação, representando uma ameaça à saúde pública. Clinicamente, é difícil distinguir seus sintomas dos da dengue, fazendo da vigilância epidemiológica uma ferramenta crucial no controle dos casos.


Tratamento:


Não há tratamento específico para a FO. O Ministério da Saúde recomenda que os pacientes descansem, recebam tratamento sintomático e sejam acompanhados por médicos.


Medidas de Prevenção:


  • Evitar áreas com muitos mosquitos
  • Usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele
  • Manter a casa limpa, eliminando locais de reprodução de mosquitos, como água parada


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