A educação é um pilar fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade. No entanto, quando políticas públicas questionáveis são implementadas, o futuro educacional de uma região pode ser comprometido. Recentemente, a Secretaria de Educação da Bahia promulgou a Portaria 190/2024, uma medida que tem gerado preocupação entre os educadores do estado.


De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada pelo IBGE, a Bahia já apresenta a pior porcentagem de estudantes ativos entre 18 e 24 anos no Ensino Superior no Brasil. Esse dado alarmante coloca em evidência a necessidade urgente de melhorias no sistema educacional baiano. No entanto, ao invés de avanços, a Portaria 190/2024 parece representar um retrocesso.


Essa medida controversa permite que estudantes avancem de ano mesmo tendo sido reprovados em disciplinas e acumulando faltas em aulas. Para os professores, essa abordagem compromete ainda mais a preparação dos estudantes para ingressar e permanecer no ensino superior. Afinal, como podemos esperar que esses alunos tenham sucesso acadêmico se não possuem as bases necessárias para acompanhar o ritmo exigido?


O professor Josemiran Marques, atuante na rede estadual de ensino, expressa sua preocupação com a falta de preparo dos alunos, enfatizando que "maquear" a situação não é benéfico para ninguém. Ele ressalta a importância de ajudar os alunos a verdadeiramente se prepararem para os desafios acadêmicos que os aguardam.


Da mesma forma, o coordenador da APLB-Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, Rui Oliveira, alerta para o impacto negativo que a Portaria 190/2024 pode ter no ingresso dos jovens baianos nas universidades. Sem o desenvolvimento adequado de suas habilidades e autonomia, é improvável que esses alunos tenham sucesso em exames como o Enem, o que pode resultar em desistência precoce.


Catarina de Almeida Santos, doutora em Educação, destaca que a aprovação em massa é um sintoma de falhas no sistema educacional. Em vez de focar em aprovar alunos a qualquer custo, o Estado deve garantir condições para que todos os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade, preparando-os adequadamente para os desafios futuros.


Diante desse cenário preocupante, é essencial que haja um diálogo aberto e construtivo entre educadores, autoridades educacionais e a comunidade em geral. É preciso buscar soluções que realmente promovam o aprendizado e a preparação dos alunos, em vez de mascarar as deficiências do sistema.


A reportagem procurou a Secretaria de Educação do Estado da Bahia para comentar sobre os impactos da Portaria 190/2024, mas até o momento do fechamento desta reportagem, não obteve resposta. Esperamos que as autoridades estejam abertas ao diálogo e comprometidas com o futuro educacional dos jovens baianos.


Em suma, a aprovação em massa pode até parecer uma solução temporária, mas suas consequências a longo prazo são profundamente prejudiciais. É hora de repensar as políticas educacionais e trabalhar juntos para garantir um futuro mais promissor para a educação na Bahia.


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